segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sem luz, mas com brilho !!!

F.C. Porto CAMPEÃO!
De entre as várias coisas lamentáveis que aconteceram no Estádio da Luz após o final do jogo Benfica-FC Porto, retenho um pormenor: assim que se percebeu que os jogadores portistas estavam a usar os repuxos do sistema de rega para fazerem a festa no relvado, estes foram desligados. Quer isto dizer que, enquanto os novos campeões nacionais celebravam a conquista do título, havia uma pessoa (pelo menos uma, mas até deviam ser mais) cuja única preocupação era estragar o momento... A reacção dos responsáveis do Benfica ao resultado do jogo de domingo foi mesquinha, rasca e, em alguns casos, absolutamente infantil. Depois daquilo a que assistimos fica a dúvida sobre qual será a idade mental de quem manda na Luz. O jogo era bem mais decisivo para o Benfica do que para o FC Porto – estava em cima da mesa a defesa do registo de campeão sem derrotas. O Benfica começou por falhar exactamente onde falhou no início da época: as mãos de Roberto ofereceram o primeiro golo aos visitantes logo nos minutos iniciais e isso desequilibrou ainda mais os estados de espírito das duas equipas. Depois, viu-se uma primeira parte de grande intensidade e um segundo tempo mais calculista. No balanço final, Jorge Jesus esteve mais certo ao dizer que o empate seria o resultado justo do que André Villas-Boas com a sua teoria de que o Benfica escapou a uma goleada... Mas o treinador do FC Porto, emocionado na altura – e compreende-se porquê –, pôs o dedo na ferida quando “exigiu” que se dissesse agora quem jogava melhor futebol. O Benfica apostou em grande parte da época numa intensíssima campanha de autolouvores para manter acesa a chama entre os seus adeptos. Compreende-se que o tentasse fazer. Mas aos jornalistas pede-se que sejam independentes e críticos. Muitos, nesta fase, deixaram-se ir na cantiga. Ainda mais doloroso para quem prefere imaginar que o futebol é um misto de jogo de estratégia e de romance de espionagem com os árbitros no papel de agentes secretos foi o facto de, desta vez, só os adeptos portistas terem razões de queixa do juiz da partida. Duarte Gomes cometeu alguns erros (diga-se, em sua defesa, que o ambiente, fora e dentro do campo, não ajudou nada). É normal. O que já não é tão normal é ter cometido todos os erros relevantes para o mesmo lado. Os benfiquistas que enchem o peito com histórias de corrupção e gritam “Sistema!” de cada vez que o FC Porto ganha um jogo devem ter ficado descoroçoados. A vitória do FC Porto na Luz consumou a passagem de testemunho de campeão da Liga da forma mais dolorosa para os adeptos benfiquistas. Na sua própria casa. Mas não se viram desacatos nas bancadas. Assim que terminou o jogo, as pessoas foram-se embora e deixaram o palco para os vencedores. Deram um exemplo de civismo que os dirigentes do Benfica tingiram com atitudes de mau perder que são indignas da história do clube. O FC Porto vai conquistar o título fazendo uma prova brilhante. O Benfica soube mostrar em campo que o título do ano passado não aconteceu por acidente e que a diferença entre os dois grandes rivais é competitivamente muito mais pequena do que o enorme fosso que os separa na classificação. E isto só podem ser boas notícias para o futebol português.

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