
O especialista em política islâmica Maurício Santoro considera que bin Laden morreu duas vezes: biologicamente no domingo mas politicamente quando começaram as revoltas no mundo árabe.
Para o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, Maurício Santoro, a morte política de bin Laden já tinha acontecido no início das manifestações populares que têm ocorrido no mundo árabe desde o início deste ano.
"Essas manifestações mostram que os árabes podem não morrer de amores pelo modelo políticos dos EUA e da Europa, mas fizeram uma opção por um regime com maior representatividade", destacou, em entrevista à Lusa.
Santoro acrescenta que as revoltas que ainda estão a ocorrer, na Síria, por exemplo, representam uma "rejeição muito forte a toda uma agenda" ligada a um ideal político de oposição aos Estados Unidos por parte do povo árabe.
Com isso, a morte "real" de bin Laden representou um peso menor do que se tivesse ocorrido noutra altura, mas ainda assim, de acordo com Santoro, representa uma vitória política importante para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Para o professor, o peso da operação está no facto de bin Laden ter sido abatido no Paquistão, o que demonstra a decisão acertada do presidente norte-americano em aumentar o contingente nesta área assim que assumiu o cargo, em 2008.
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